16/03/2019 às 11h33min - Atualizada em 16/03/2019 às 11h33min

Região Metropolitana será a primeira a começar vacinação contra H1N1 no interior

Forças Armadas e Casa Militar do Governo do Amazonas deverão ajudar na distribuição das vacinas pelo Estado

Redação
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Foto: Arquivo/AC

Os municípios da Região Metropolitana de Manaus serão os primeiros no interior do Estado a iniciar a campanha de vacinação contra a gripe H1N1. A informação foi divulgada pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam), nesta sexta-feira (15). Em Manaus, a campanha de vacinação começa na próxima quarta-feira (20).

Segundo o vice-governador e secretário estadual de Saúde, Carlos Almeida, as cidades da Região Metropolitana serão as primeiras a receber as vacinas por conta da facilidade no acesso.

"Conforme os outros municípios forem recebendo, eles irão iniciando suas campanhas no decorrer da semana. Temos logística diferente para cada região, por isso a decisão de não iniciar simultaneamente", disse o secretário, que irá pedir ajuda às Forças Armadas para fazer com que as vacinas cheguem mais rápido nos municípios mais distantes.

 

A operação no interior deverá contar, ainda, com a participação da Casa Militar do Governo do Amazonas. "Em situações normais de campanha é o próprio município que retira as vacinas e abastece suas salas de vacinação, mas, nesta campanha em especial, o Governo vai se encarregar de fazer com que as doses cheguem aos municípios mais distantes, principalmente àqueles mais afetados pela enchente dos rios", disse Almeida.

Capital

Em Manaus, o secretário municipal de Saúde, Marcelo Magaldi afirmou que a Semsa já tem a estrutura e o know-how necessários para que sejam alcançadas as metas estabelecidas para todos os grupos prioritários, que são os que receberão a vacina. “Nosso objetivo é ir além, é assegurar mais do que o mínimo da cobertura estabelecida pelo Ministério da Saúde, que é vacinar 90% das 455.083 mil pessoas desses grupos. Nossa rede de frios tem capacidade suficiente para receber e armazenar as doses”, informou Magaldi.

De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), Rosemary Costa Pinto, a distribuição das doses para as salas de vacinação já foi autorizada pela Secretaria de Vigilância em Saúde e pela Anvisa, do Ministério da Saúde, a partir da liberação pelo Instituto Nacional de Controle e Qualidade em Saúde (INQC), órgão que faz a análise das amostras para testar as vacinas.

Ela também destaca a necessidade de se manter a qualidade do produto no transporte e nas salas de vacinação, que estão sendo preparadas para receber as doses. “Não é só a questão de logística, é todo um controle para a manutenção da qualidade da vacina que deve ser observado, por isso é uma operação que precisa ser muito bem organizada e calculada”, observa.

Público-alvo

A estimativa populacional para a campanha de vacinação contra a Influenza no Amazonas é de 1.103.723 pessoas que fazem parte do público-alvo definido pelo Ministério da Saúde para ser imunizado.

 

Elas representam 90% das pessoas consideradas do grupo de risco – crianças (de seis meses a menores de seis anos incompletos), idosos acima de 60 anos, grávidas, puérperas até 45 dias após o parto, pessoas com doenças crônicas (diabetes, hipertensão, portadores de doenças neurológicas, pessoas com comprometimento pulmonar), trabalhadores da saúde, profissionais da educação, povos indígenas, pessoas privadas de liberdade e profissionais do sistema prisional.

“As campanhas de vacinação, no geral, são para os grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Com base nas estatísticas, são os grupos de pessoas mais vulneráveis, os que mais adoecem e que evoluem para morte, como as crianças, idosos, gestantes e puérperas, que têm baixa imunidade”, explica a coordenadora estadual do Programa Nacional de Imunização, Izabel Nascimento. “Outros grupos, como profissionais de saúde, estão mais expostos a contrair e transmitir doenças virais respiratórias.

A chefe da Divisão de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Isabel Hernades, explica que a vacina que está sendo antecipada para o Amazonas é a trivalente, a mesma da Campanha Nacional de Vacinação, que o Ministério da Saúde prepara para o mês de abril.

Produzidas pelo Instituto Butantã, imuniza contra três tipos de vírus predominantes no Brasil –  Influenza A (H1N1e H3N2) e um tipo de Influenza B. “Existe uma outra vacina tetravalente, aplicada apenas nas clínicas privadas, que imuniza contra um quarto tipo de vírus da Influenza B, que circula em países do hemisfério Norte e que não compõe a vacina produzida para as campanhas do Ministério da Saúde”.

Isabel Hernandes ressalta que a vacina é a única forma de prevenção contra o H1N1 e outros vírus da gripe, que estão em circulação no Amazonas e que as pessoas do grupo de risco precisam se vacinar para se proteger. “Somente em Manaus, teremos 183 salas de vacinação, então, você que faz parte de um desses grupos prioritários não deixe de vacinar”, aconselha, lembrando que o período de chuvas no Estado é propício às gripes.

O Governo e Prefeitura irão aproveitar a campanha de vacinação contra a influenza para a atualização das outras vacinas. Quem for se vacinar, precisa levar um documento de identidade e o cartão de vacinação.

Números

De acordo com o último Boletim da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Estado do Amazonas, divulgado na última quarta-feira (13/03), foram notificados até o momento, 509 casos da síndrome gripal grave no estado, destes, 96 são positivos para o Vírus da Influenza A (H1N1) e 57 para Vírus Sincicial Respiratório (SRV).

Em relação aos óbitos, o boletim informa que são 24 óbitos por H1N1 - 20 em Manaus, dois em Manacapuru, um em Parintins e um em Itacoatiara. Outros seis óbitos foram confirmados por Vírus Sincicial Respiratório, sendo cinco de Manaus e um de Borba, além de um óbito em Manaus por Parainfluenza tipo 3.

Dos 31 óbitos registrados por SRAG, 83% apresentavam fator de risco, com destaque para pessoas com diabetes, pneumopatas, pessoas com obesidade e neuropatas.

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